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Estudantes Indígenas do Sul em defesa de seus territórios na COP 30
A Conferência das Partes (COP) constitui o órgão máximo de decisão da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), reunindo 197 nações. Realizada anualmente desde 1995, sua função central é acompanhar e estabelecer acordos globais voltados ao enfrentamento da crise climática. Neste ano, a COP 30 ocorreu pela primeira vez no Brasil, tendo Belém como cidade anfitriã e palco das negociações internacionais sobre clima. O evento se dividiu entre a Zona Azul, onde aconteceram as negociações oficiais entre delegações e chefes de Estado, e a Zona Verde, espaço aberto ao público pré-selecionado, dedicado ao diálogo, à inovação e à apresentação de soluções climáticas por diversos atores da sociedade civil. A zona azul foi reconhecida por ser um espaço mais restrito. A maioria dos indígenas esteve somente na Aldeia COP – espaço mais aberto à participação do movimento indígena.
Este evento internacional tem sido historicamente marcado pela disputa política em torno das decisões climáticas, muitas vezes entrando em embates econômicos, mas ainda assim, com potência para a ação coletiva e articulada dos movimentos sociais junto a decisões sobre o futuro e a defesa dos territórios. Entre as principais discussões em 2026 estiveram a redução de emissões de gases de efeito estufa, estratégias de adaptação, financiamento climático para nações em desenvolvimento, preservação de florestas e biodiversidade, justiça climática e os impactos sociais das mudanças no clima. É importante destacar que esta edição também ficou marcada pelo maior número de participantes indígenas já registrado em uma COP, sendo ao total 900 credenciais na zona azul. Ainda assim, havia demanda para maior acesso e participação e dificuldades para aprovação de algumas pautas.

Créditos de imagem: Édina Barbosa Farias
A COEMA conversou com estudantes indígenas que estiveram presentes no evento para conhecer suas experiências e impressões sobre os debates e decisões. A partir de seus diferentes lugares de participação, eles compartilharam perspectivas sobre os impactos das discussões para suas comunidades e formação acadêmica e destacaram a relevância da presença indígena na construção de soluções para a crise climática. Os estudantes destacam que o aumento expressivo de indígenas na COP Brasil é resultado da própria luta do movimento indígena e da articulação de indígenas que trabalham junto ao Estado.
O estudante do curso de Relações Internacionais da UFSC, Eliel Ukan Patté Camlem, do povo Xokleng, participou do programa inédito “Kuntari Katu: Líderes Indígenas na Política Global” promovido pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI) com objetivo de preparar jovens líderes indígenas no âmbito da diplomacia. Eliel foi um dos 30 jovens indígenas do Brasil, sendo um dos quatro da região Sul e o único da UFSC, selecionados para o programa, que capacitou sobre diplomacia, justiça climática, inglês, entre outros, e deu acesso à área azul. Eliel avalia que a significativa presença de indígenas do Brasil e de outros países foi fundamental para ampliar a voz dos povos indígenas e das demandas dos territórios na COP 30. Ele ainda ressalta que a sua atuação na COP 30 não seria a mesma se ele não tivesse um “pé no chão” – histórico de aprendizado junto à maior formação da vida política: o movimento indígena.

Créditos de imagem: @jean_anjos11
“Quando estamos nesta escola do movimento indígena (como diz o Kretã), a gente entende porque é importante estarmos nestas áreas institucionais de forma conectada à base do movimento indígena. Percebi como a universidade está desconectada da sociedade… a gente estuda, e parece um “ambiente mágico” de diplomacia. Quando estamos lá, vemos que nem tudo é tão diplomático assim, cada grupo está brigando por si mesmo. O movimento é nossa escola, ali aprendemos sobre nossos direitos e como lutar por eles. Os povos indígenas já faziam diplomacia, mesmo antes da colonização. A gente não falava a mesma língua e lutava por territórios, havia necessidade de negociação, acordos políticos entre nós. Sabemos que quem conta “a história” são os “vencedores”, mas também sabemos que fomos nós que escolhemos não morrer mais, e negociar com os colonizadores” (Eliel Ukan Patté Camlém , dezembro de 2025).
Também a estudante do curso de cinema da UFSC, Édina Barbosa Farias, do povo Kaingang, pontua que sua participação na COP 30 ficou ligada à parte de cobertura do evento, junto à delegação de “comunicação” da Articulação dos Povos Indígenas do Sul (ARPINSUL) e sob coordenação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Seu foco de trabalho foi mais na “Aldeia COP”, na Universidade Federal do Pará (UFPA) e na área verde, durante a mesa “Vozes do Sul – conexões e contrastes indígenas na luta por território e clima”, ocorrida em 17 de novembro de 2025. A estudante reflete que o espaço promoveu articulação política entre lideranças e movimento indígena, trazendo a representatividade dos povos do sul dentro de um contexto que tende a negar até mesmo sua existência. Relata que experienciou cenas de racismo anti indígena quando dizia ser indígena de fora do ambiente amazônico. Se preocupa com o fato de que há uma centralidade da COP 30 no bioma amazônico, sendo que demais biomas por vezes ficam “esquecidos” no debate e defende que a presença dos indígenas do sul foi essencial trazendo as questões da mata atlântica para o centro do debate, afinal as mudanças climáticas afetam a todos os biomas e estes estão articulados entre si, numa relação de codependência ambiental. Sua experiência também aponta para a importância dos aprendizados junto ao movimento indígena.

Créditos da Imagem: @than.pataxo
“Para mim, quando a gente faz a comunicação para os povos indígenas, vejo que tomamos uma posição: falamos como indígenas, mas precisamos conhecer os dois lados. Esta experiência como comunicadora da COP eu já tenho dentro do movimento indígena, não foi muito diferente, mas encontrei mais barreiras de acesso na COP. A gente teve que se adaptar a um espaço que não é nosso na COP, pois a COP aconteceu aqui mas não é algo nosso” (Édina Barbosa Farias, dezembro de 2025).
Também estiveram no evento, os estudantes Jucelino Senei Filho do curso de Jornalismo e o estudante Woie Criri Patté, doutorando em Educação, ambos do povo Laklãnõ Xokleng atuantes em diferentes questões do evento. A presença e agência dos estudantes indígenas do sul em espaços disputados como a COP 30, apontam caminhos para a universidade como um todo. Uma das questões envolve compreendermos o movimento indígena como “escola” e formação de base da maioria dos estudantes indígenas na UFSC, criando pontes pedagógicas em sala de aula, aproximando os estudos teóricos das realidades cotidianas nos territórios. A COEMA/PROAFE reconhece a necessidade de aprendermos com os indígenas, dentro e fora da universidade, e ressalta a relevância da presença dos indígenas do sul em espaços como a COP 30.
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Desafios da Carreira Acadêmica é tema de debate no Novembro Negro
A COEMA/PROAFE promove junto com o Coletivo MãEstudantes a mesa redonda “Intelectuais negras e negros e a Universidade” com objetivo de visibilizar os desafios da vida acadêmica a partir da trajetória de importantes docentes negras e negros.
A mesa recebe três intelectuais: a Profa Dra Karine Silva (PPGRI/PPGD), o Prof Dr José Bento (PPGHI) e a Profa Dra Marília Gaia (CCA). O encontro ocorre no dia 26 de novembro, às 17h30, no Auditório da Reitoria I, sob coordenação da atividade pela servidora Bárbara Nobrega (COEMA/PROAFE) e com a mediação da estudante Beny Simba (Coletivo MãEstudantes).
A atividade prevê certificação de 03h para os inscritos no link e contará com a participação da Livraria Livros e Livros durante o evento, com obras relacionadas ao tema. Siga as redes sociais da PROAFE e o site do Novembro Negro.
O encontro será transmitido pela TV UFSC, ao vivo, para todos os campi da UFSC e a Livraria Livros e Livros estará presente no evento, com a venda de obras relacionadas ao tema.

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Novembro Negro 2025
A Coordenadoria de Relações Étnico-Raciais (COEMA) e a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (PROAFE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) convidam toda a comunidade universitária e o público externo a participar das atividades do Novembro Negro, realizadas ao longo de todo o mês em que se celebra o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.
O Novembro Negro na UFSC é um espaço de reflexão, aprendizado e celebração das lutas e conquistas do povo negro, reafirmando o compromisso institucional com a promoção da equidade racial e o enfrentamento ao racismo. A programação inclui debates, rodas de conversa, oficinas, apresentações culturais e outras ações voltadas ao fortalecimento das relações étnico-raciais na Universidade.
As propostas de atividades e eventos podem ser enviadas até 31 de outubro, por meio do formulário on line disponível na página novembronegro.ufsc.br. A COEMA e a PROAFE reforçam o convite para que todas as unidades, coletivos e grupos de pesquisa participem dessa construção coletiva, ampliando o diálogo e a visibilidade das iniciativas antirracistas dentro e fora da UFSC.

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Audiência pública discute política de permanência para estudantes indígenas e quilombolas na UFSC
Em 20 de agosto de 2025, a UFSC realizou uma audiência pública para discutir a proposta de Política Institucional para o Ingresso e Permanência de Estudantes Indígenas e Quilombolas. O encontro aconteceu no auditório da Reitoria I, com transmissão pela TV UFSC, e abriu espaço para contribuições até 31 de agosto na plataforma Participa + Brasil.
O debate destacou a necessidade de consolidar as ações afirmativas para indígenas e quilombolas de forma estruturada, envolvendo critérios específicos de ingresso, validação da autodeclaração e mecanismos de apoio pedagógico e de assistência estudantil. A proposta também define responsabilidades institucionais das pró-reitorias e secretarias da universidade.
As falas iniciais ressaltaram o impacto da presença indígena e quilombola na UFSC. A pró-reitora da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, Simone Sobral Sampaio, destacou a importância da “justiça epistêmica”, ou seja, o reconhecimento de diferentes saberes como fundamentais para a produção de conhecimento. Já a diretora da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade , Marilise Sayão, lembrou os 17 anos de ações afirmativas na instituição e enfatizou o protagonismo dos estudantes na construção dessa política.
A minuta contempla princípios como combate ao racismo institucional, valorização da diversidade étnico-cultural e respeito ao consentimento livre e informado das comunidades. Entre as medidas propostas estão bolsas de auxílio, moradias específicas, apoio no Restaurante Universitário e estratégias pedagógicas que considerem línguas e saberes tradicionais. O documento também prevê que ensino, pesquisa e extensão incorporem a perspectiva indígena e quilombola em todos os níveis de formação.
O processo de elaboração começou com um grupo de trabalho instituído em 2023, com 59 reuniões e participação de 75 pessoas, incluindo 40 estudantes indígenas e quilombolas. Atualmente, a UFSC conta com 187 estudantes indígenas e 55 quilombolas, e a nova política é considerada pioneira no país por articular de forma abrangente ingresso e permanência qualificada.
Esta é uma importante iniciativa que visa sistematizar as ações desenvolvidas para esses estudantes, reafirmando o compromisso da UFSC com a diversidade, a equidade e a democratização do acesso ao ensino superior.
Assista à audiência na íntegra:
Créditos de imagem: @edinamigfekanhgag

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Audiência Pública sobre Permanência Indígena e Quilombola
A Coordenadoria de Relações Étnico-Raciais (COEMA) da PROAFE (Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade), em parceria com a PRAE (Pró-Reitoria de Permanência e Assuntos Estudantis) e a PROGRAD (Pró-Reitoria de Graduação), iniciou a construção da Política Institucional para a Permanência Indígena e Quilombola na UFSC, por meio de um Grupo de Trabalho que contou com estudantes, servidores e representantes de movimentos sociais.
Após cerca de dois anos de debates e construção coletiva, a minuta da política está pronta e disponível para consulta: Link da minuta
A Audiência Pública será realizada no dia 20 de agosto de 2025, às 14h, no Auditório da Reitoria 1, Campus Trindade, e também poderá ser acompanhada on-line pelo YouTube da UFSC.
A participação da comunidade é fundamental para fortalecer a política e garantir a permanência dos estudantes indígenas e quilombolas na universidade.

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Recepção aos Estudantes Indígenas e Quilombolas 2025.2
Em 11 de agosto de 2025, o Bloco E do CFH sediou uma significativa ação organizada pela Coordenadoria de Relações Étnico-Raciais (COEMA), em parceria com outros setores da UFSC e com a participação de estudantes, voltada ao acolhimento de estudantes indígenas e quilombolas. Realizada no início de cada semestre, essa iniciativa desempenha papel fundamental na promoção da permanência desses estudantes na Universidade.
O encontro teve como objetivo receber os novos ingressantes, promover o intercâmbio de experiências culturais e estreitar os vínculos com a comunidade acadêmica.
Participaram, além dos estudantes, o reitor Irineu Manoel de Souza, a vice-reitora Joana Célia dos Passos, as pró-reitoras Leslie Sedrez Chaves (Ações Afirmativas e Equidade – PROAFE), Simone Sobral Sampaio (Permanência e Assuntos Estudantis – PRAE) e Dilceane Carraro (Graduação – PROGRAD), acompanhadas pelas equipes técnicas das três pró-reitorias, bem como lideranças do Quilombo Vidal Martins.
A ação reafirma o compromisso da UFSC com a valorização da diversidade e da inclusão, criando um ambiente receptivo e respeitoso para todos os seus discentes.

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📣 RECEPÇÃO ESTUDANTES INDÍGENAS E QUILOMBOLAS
A Coordenadoria de Relações Étnico-Raciais (COEMA/PROAFE) convida estudantes indígenas e quilombolas, calouros e veteranos, do campus de Florianópolis, para participarem da Recepção 2025.2.
A atividade tem como objetivo acolher os estudantes no início do semestre letivo e promover um momento de integração, troca de experiências e fortalecimento dos vínculos com a universidade.
📅 Data: 11 de agosto de 2025 (segunda-feira)

🕓 Horário: das 16h às 19h
📍 Local: Auditório do Bloco E – CFH | UFSC – Campus FlorianópolisSua presença é muito importante!
Participe e compartilhe com seus colegas! 🌿🔔 Atenção: Caso você necessite de recursos de acessibilidade, pedimos que entre em contato previamente com a COEMA para que possamos providenciar o suporte necessário.
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Nota da Administração Central sobre episódios de violência contra estudantes indígenas da UFSC
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio da Secretaria de Segurança Institucional (SSI), da Pró-Reitoria de Permanência e Assuntos Estudantis (PRAE), da Secretaria de Aperfeiçoamento Institucional (SEAI) e do Gabinete da Reitoria (GR), vem a público informar as medidas adotadas diante dos episódios de violência ocorridos nas imediações do Alojamento Indígena, no Campus Trindade, em Florianópolis, entre os dias 5 e 7 de julho.
Na manhã do último sábado (5), estudantes indígenas que transitavam próximos ao Diretório Central dos Estudantes (DCE) foram abordados por policiais militares que ingressaram no campus sem que houvesse qualquer acionamento da SSI da UFSC. Mesmo após terem informado que residem nas moradias estudantis, os estudantes foram dispersados com o uso de spray de pimenta e, segundo relatos, houve disparo de bala de borracha. Nenhum dos agentes da força pública encontrava-se devidamente identificado.
Na mesma data, à noite, estudantes indígenas foram novamente alvo de violência: um grupo de indivíduos ingressou no campus com patinetes elétricos e agrediu fisicamente alguns dos moradores. Já na noite de segunda-feira (7), onze indivíduos retornaram ao local e lançaram pedras contra o alojamento, proferindo ofensas racistas.
A Administração Central não apenas repudia essas ações, como está mobilizada para atuar de forma concreta e coordenada em diversas frentes:
- Representação ao Ministério Público
A PRAE, SEAI e SSI estão reunindo imagens e registros com o objetivo de apresentar representação formal ao Ministério Público de Santa Catarina para apuração dos fatos ocorridos no sábado pela manhã, com indícios de uso abusivo da força por parte da Polícia Militar, incluindo o uso de armas menos letais e a ausência de identificação dos agentes.
- Investigação dos agressores externos
A UFSC está colaborando com as autoridades policiais para fornecer todos os elementos disponíveis que auxiliem na identificação dos agressores que invadiram o campus nas noites de sábado e segunda-feira.
- Reforço imediato na segurança
A SSI adotou medidas emergenciais para ampliar a vigilância no entorno dos alojamentos indígenas, com rondas motorizadas e a pé, além de planejamento para a instalação de câmeras adicionais de monitoramento.
- Acolhimento às vítimas
Equipes da PRAE e da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (PROAFE) estão prestando apoio direto aos estudantes afetados, garantindo atendimento, escuta e orientação adequada diante do trauma vivenciado.
- Revisão de protocolos com forças de segurança
A Universidade solicitará reunião com representantes das forças policiais que atuam na Grande Florianópolis, com o objetivo de revisar protocolos e reforçar o respeito à autonomia universitária e aos direitos da comunidade acadêmica.
- Compromisso permanente com a justiça e a inclusão
A UFSC reafirma seu compromisso histórico com a defesa dos direitos humanos, o enfrentamento ao racismo e a construção de uma universidade verdadeiramente inclusiva. A instituição seguirá atuando para que nossos espaços sejam seguros, respeitosos e acolhedores — especialmente para os estudantes que enfrentam, cotidianamente, os maiores desafios para permanecer na universidade.
Aos estudantes indígenas, expressamos não apenas solidariedade, mas o compromisso ativo de proteção e escuta. Desta forma, seguiremos mobilizados, com responsabilidade institucional para garantir que episódios como esses sejam apurados e jamais se repitam.
Crédito: Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina
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UFSC lança consúlta pública da política de ingresso e permanência de estudantes indígenas e quilombolas
Após um trabalho que envolveu debates e reflexões coletivas, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lançou para consulta pública sua Política Institucional para o Ingresso e a Permanência de Estudantes Indígenas e Quilombolas. O objetivo do documento é garantir direitos e respeito a esses grupos. A minuta da política está disponível para consulta via plataforma Participa + Brasil, do governo federal. A análise estará disponível até 20 de agosto, quando deve ser realizada uma audiência pública sobre o tema.
A UFSC conta com 187 estudantes indígenas e 55 estudantes quilombolas, de acordo com a Pró-Reitoria de Permanência e Assuntos Estudantis (Prae). “Essa presença enriquece a Universidade, transformando-a em um espaço de conhecimento plural e diverso”, avalia a pró-reitora Simone Sobral Sampaio.
Com essa motivação, em 2022, a UFSC criou um Grupo de Trabalho (GT) responsável pela elaboração da proposta da política voltada aos estudantes indígenas e quilombolas. O GT reuniu 75 pessoas: 40 estudantes indígenas e quilombolas, 4 representantes de movimentos sociais externos à UFSC e 31 servidores, técnicos-administrativos e professores.
Assim, o tempo transcorrido para a elaboração da minuta posta em consulta pública foi resultado do respeito aos debates e reflexões coletivas, de modo a garantir uma política mais próxima da necessidade desses e dessas estudantes, tendo em vista o impacto positivo que ocasionará no ingresso e na permanência de discentes indígenas e quilombolas na UFSC, conforme avaliam a Prae e a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe).
A política institucional abrange o ingresso e a permanência material e simbólica, tendo como referência diversas formas de saberes, a interculturalidade e diferentes epistemologias. O texto posto em consulta pública prevê regras para a reserva de vagas, ações de orientação pedagógica, programas de assistência estudantil, entre outras iniciativas. Além disso, a minuta descreve as responsabilidades entre setores da Universidade, a fim de promover as ações tanto na Educação Básica, como no Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) e no Colégio de Aplicação (CA); na Graduação e na Pós-Graduação.
Quaisquer dúvidas, entrem em contato através do telefone 48 3721-6095 ou do e-mail politicaindigenaequilombola.proafe@contato.ufsc.br
A minuta da Política também está disponível em PDF para leitura aqui: Minuta – Política de Ingresso e Permanência Indígena e Quilombola UFSC.
Crédito: Notícias UFSC
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ABRIL INDÍGENA
Durante todo o mês de abril, ocorreu na Universidade Federal de Santa Catarina o evento “Abril Indígena: Demarcando e Protagonizando os Espaços Institucionais”, em celebração ao Dia dos Povos Indígenas.
A programação aberta à comunidade acadêmica contou com intervenções artísticas e culturais, rodas de conversa, exibição de materiais audiovisuais como filmes, séries e curta-metragem e mesas de debate que perpassam o eixo da saúde, educação, direitos e políticas públicas para os povos indígenas.
As atividades foram organizadas por estudantes indígenas do projeto Conexão Saberes Indígenas junto a Professora Adriana Kaingang, Laboratório de História Indígena, bem como demais centros acadêmicos, setores, projetos, centros de ensino, entre outros parceiros na defesa das causas indígena.
Das atividades
A primeira semana contou com a exibição da série “Gente Verdadeira”, apresentada por Vanessa Fe Há Kaingang, intervenção artística e cultural do Povo Omaguaca e a realização da mesa Plurilinguismo no Brasil e histórias invisibilizadas em diálogo.
Na semana do dia 7 ao 11 de abril, os estudantes indígenas compareceram ao Acampamento Terra Livre em Brasília, maior evento de mobilização dos Povos Indígenas do Brasil.
Na terceira semana de programação ocorreu a mesa Marco Ancestral: Direitos Territoriais dos povos indígenas em Santa Catarina, realizada em 15 de abril, com a participação de Hyral Moreira, advogado indígena Guarani, Brasílio Priprá, indígena Xogleng e membro do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI), Sadraque Lopes, Cacique Kaingang da casa de passagem e Juliana de Paula, mestre em Direito com atuação junto à Associação Yanomami. A discussão a partir do documentário “Aldear a Política”, exibido dia 16, se deu com a participação do diretor Weuler Azara, da vereadora Ingrid Sateré, artesã Silhanara Kaingang e estudante Vanessa Neres, na perspectiva de resgatar a importância de ocupar espaços.
No dia 22 de abril ocorreu o “CineMaloca” com apresentação de curta-metragem: documentário, animação e ficção, dirigidos e protagonizados por estudantes da UFSC. Durante o fim de semana ocorreu o Torneio da Resistência, espaço no qual os estudantes da Atlética Indígena organizaram um grande torneio de futebol masculino e feminino marcando presença também no campo de futebol.
Finalizando a programação, a última semana contou com mesas e rodas de conversa voltadas para a temática de saúde, território, e educação indígena e a inauguração da exposição “Terras e Águas – História dos Territórios Guarani, Kaingang e Laklãnõ Xokleng. Ontem, Hoje, Sempre”.
As diversas atividades do mês de Abril reforçam a riqueza cultural dos povos indígenas na UFSC. A COEMA/PROAFE se orgulha de fazer parte dessa história reforçando que a UFSC é território Indígena!
Créditos de imagem: Maria Dorothea Darella e @edinamigfekanhgag

