A Coema (Coordenadoria de Relações Étnico Raciais e Mobilidade Social), setor recém instituído na Universidade Federal de Santa Catarina, promoveu durante os dias 29 e 30 de novembro o primeiro evento público em conjunto com a comunidade universitária.
No primeiro dia do evento, a atividade “O Novembro Negro: enfrentamento ao racismo institucional” contou com diversos coletivos da luta anti-racista presentes, entre eles o Movimento Negro Unificado (MNU), Coletivo Kurima, Coletivo 4P – Poder Para o Provo Preto, Grupo de Pesquisa Alteritas, Coletivo Orí de Psicologia, Coletivo Negro de Serviço Social Magali da Silva Almeida, Coletivo Curitiblack, e NEABI ARA.
Os coletivos convidados defenderam seus objetivos junto à coordenadoria, salientando a importância de políticas de enfrentamento ao racismo e de um trabalho coletivo e multicampi na Universidade Federal de Santa Catarina.
Além disso, a COEMA reiterou a importância de ações institucionais que auxiliem lado a lado ao público estudantil a tarefa da luta anti-racista, acolhendo todos dentro da esfera acadêmica.
Já no segundo dia, o evento foi transmitido via Youtube no canal da SAAD (Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades), as palestrantes abordaram temas de resistências negras nos espaços de poder: o legado de Antonieta de Barros e O papel da universidade para o povo preto – entre avanços e desafios.
Convidadas de referência na luta anti-racista na cidade de Florianópolis como a autora Jeruse Romão, articulou sua obra “Antonieta de Barros: Professora, escritora, jornalista, primeira deputada catarinense e negra do Brasil” em junção com a professora e doutoranda em Educação na UFSC/Grupos Literalise e Alteritas, Zâmbia Osório dos Santos.
Na mesa redonda, os debates apresentados questionaram os desafios atuais no ensino superior, com as convidadas Profª Drª Francis Tourinho – Secretária de Ações afirmativas da UFSC, Profª Ms Andreia Sousa da Silva – Docente em Biblioteconomia e membro do NEAB/UDESC e Joyce Santos – Graduanda do Curso de Serviço Social da UFSC e membro do Coletivo Magali.
As participantes ressaltaram a importância do debate e enfrentamento ao racismo, inclusão dos estudantes negros, negras e negres nas discussões e espaços de fala dentro da instituição. A bagagem histórica das integrantes conduziu o público a questões como o mito da democracia racial, miscigenação, identidade étnica, ancestralidade, hegemonia e segregacionismo.
Para as medidas futuras, as cotas e políticas de ações afirmativas foram colocadas em pauta, já que a Lei de Cotas, que completará uma década em 2022, será avaliada pelo Congresso Nacional.
A nova coordenadoria se comprometeu com o contexto social e político de estudantes pretos, pardos, indígenas, quilombolas e baixa renda, ao assegurar fortalecer a identidade e visibilizar, de igual para igual, todos os grupos.
Os participantes que preencheram suas inscrições terão acesso aos certificados.
Reprodução por Luiza Abreu
Estagiária de Jornalismo
Coordenadoria de Relações Étnico Raciais e Mobilidade Social (COEMA)
Imagens por Iclícia Viana